Li, há algum tempo atrás, um artigo do Rev. Robson Cavalcante, em que ele afirmava que, após um longo período sendo palestrante em vários seminários e congressos no Brasil afora, e ter conversado com jovens cristãos das mais variadas correntes teológicas e contexto social, ele chegou a uma conclusão: Nossa juventude cristã é uma geração órfã, uma geração sem heróis.
Não temos referencial histórico, modelos de fé. Perdemos nosso link com a continuidade da história cristã. Cortou-se qualquer vínculo com o legado recebido por milênios de trajetória cristã.
Em uma comunidade em que ser velho é ser descartável, ultrapassado e sem utilidade e que a juventude passa a ser um símbolo de autonomia, independência e arrogância (“Nós nos bastamos.”), não existe fidelidade doutrinária e coerência de fé.
Por perder este ponto de origem, também se perdeu o ponto de convergência. Vivemos um tempo em que cantar legal, ter um som contemporâneo, fazer programas legais, encher o templo de uma platéia entusiástica já basta. Uma vida religiosa vazia de conteúdo, de essência e de propósito.
Parece que acabou o ideal de sofrer em prol da causa, de sacrificar-se pela evangelização de alguém, de busca de conhecimento profundo de Deus e de sua vontade, da necessidade imperativa de uma vida de santidade que provoque e confronte o mundo ao nosso redor com um testemunho eficaz!
O cristianismo parece diluído em um caldo cultural de hedonismo (busca do prazer pelo prazer), narcisismo (paixão desenfreada por si mesmo) e egoísmo (desejo de fazer apenas sua vontade, seu querer).
Nesse contexto Deus deseja levantar uma geração de servos verdadeiros e comprometidos com sua Palavra. Cristãos que estão inconformados com a mediocridade de suas existências e almejam mais de Deus: Querem intimidade com o Senhor. Compromisso de servi-lo e torná-lo conhecido.
Um grupo que torne a mensagem da cruz relevante para esse mundo pós-moderno, e essa igreja mundanizada de nosso tempo. Que emane a dignidade do nosso Senhor através de atos de justiça, de amor e abnegação.
Salomão já alertou que a juventude é vaidade. O termo não é pejorativo. Ele significa que a juventude passa. Ela não é perene, um dia acaba. O tempo de impactarmos o mundo é hoje, agora. Assuma seu lugar entre estes a quem o Senhor está usando de maneira poderosa. Este é o desafio de nossa geração: Uma juventude em xeque, que ainda tem muito para fazer.
Que você possa ouvir o que o Espírito tem dito ao seu coração.
Com amor,
Pr. Ozias Lima Ribeiro.